sábado, 27 de junho de 2009

Uma vingança meia-boca

Quando a gente ouve falar que a trama de um filme é sobre vingança, pensa logo numa história bem contada, onde o protagonista ou o antagonista irá bolar artimanhas sutis, utilizando todo o seu intelecto e/ou força física para humilhar e massacrar quem o desmoralizou outrora.

Em Transformers 2 – a vingança dos derrotados (2009), Michael Bay, apesar de ter arrecadado uma soma bem mais gorda da que obteve para o primeiro filme, não conseguiu passar uma sensação arrebatadora de vingança dos Decepticons para com os Autobots. As cenas de luta, que deveriam ser o ponto forte da película, ficaram a desejar. Aquele frisson maniqueísta que faz a gente ficar torcendo pelos mocinhos (ou pelos vilões) foi aquém do esperado.

A trama de Transformers 2 é simples: os Decepticons, que haviam sido derrotados no primeiro longa pelos Autobots em parceria com alguns seres humanos, entre eles o jovem Sam Witwicky (Shia LaBeouf) e sua namorada Mikaela (Megan Fox), pretendem dar o troco. Eles tentarão libertar o mítico The Fallen (um Decepticon ancestral, com cara de faraó), fazendo com que ele acione a máquina que irá destruir toda a humanidade, tornando o planeta Terra uma nova Cybertron.

Se Michael Bay não tivesse caído no mesmo erro de Brett Ratner em X-men 3 (ou seja, colocar personagens demais em cena sem que eles tivessem uma função objetiva, pois 46 robôs apareceram nessa continuação contra apenas 14 do primeiro longa), Transformers 2 teria tudo para ser um dos melhores blockbusters do ano. No entanto, inflaram o filme com piadinhas sem graça alguma (pra quê tanta cena com a mãe de Sam doidona pela ingestão de bolo de maconha?), se prenderam à voluptuosidade de Megan Fox e à tecnologia de ponta, mas as cenas de luta são tão videoclípticas que a gente se perde em meio a tantas transformações e embates.

Tudo o que havia dado certo no primeiro Transformers se perdeu nessa continuação. Vamos esperar pra ver como será o fim da trilogia (com ou sem Michael Bay).

Resenha que será publicada no Solto na Cidade

5 comentários:

Nuno Amado disse...

Tou quase a ir ver esse filme!
:D

Milena Azevedo disse...

Quando você assistir, Nuno, depois me diga as suas impressões.

Anônimo disse...

Milena, você para mim devia ser canonizada junto com o felipe guerra. Assistir filme ruim só para poder analisar é muita coragem. Vi o primeiro no cinema só porque sabia que seria uma merda e poderia falar mal com conhecimento de causa. Michael Bay é um ser humano doentio, não assisto mais nada dele, você viu comentário meu sobre A ILHA ser uma cópia?

Fernando Aureliano disse...

Nunca dei crédito nenhum a Michael Bay. Pra mim ele nunca fez um filme que preste nem nunca o fará. Por mim poderia ter colocado o nome desse filme de T4 e o de T4 de Transformers, é tudo com T e nenhum deles são o que deveria ser e todos querem viver a base de brigas e explosões. Poderiam editar os dois num filme só também e me fazer perder só metade do tempo. Essa galera ta ficando cada vez mais dificil de engolir...

Milena Azevedo disse...

Caríssimo, eu confesso que curti Transformers 1 e A ilha. Foram minhas doses de Michael Bay que caíram legal. O resto é complicado. A gente precisa assitir aos filmes, mesmo os que tem comentários negativos, para ter uma opinião própria. Tem uns que eu vejo no cinema, outros que espero para ver na TV ou baixar pela net.

Concordo contigo e com Fernando sobre os blockbusters atuais serem difíceis de engolir. Enquanto houver quem invista pesado e por isso se ache no direito de "dirigir" o filme, certamente que o cérebro será de menos e a adrenalina nas alturas.