
Quando a gente ouve falar que a trama de um filme é sobre vingança, pensa logo numa história bem contada, onde o protagonista ou o antagonista irá bolar artimanhas sutis, utilizando todo o seu intelecto e/ou força física para humilhar e massacrar quem o desmoralizou outrora.
Em Transformers 2 – a vingança dos derrotados (2009), Michael Bay, apesar de ter arrecadado uma soma bem mais gorda da que obteve para o primeiro filme, não conseguiu passar uma sensação arrebatadora de vingança dos Decepticons para com os Autobots. As cenas de luta, que deveriam ser o ponto forte da película, ficaram a desejar. Aquele frisson maniqueísta que faz a gente ficar torcendo pelos mocinhos (ou pelos vilões) foi aquém do esperado.
A trama de Transformers 2 é simples: os Decepticons, que haviam sido derrotados no primeiro longa pelos Autobots em parceria com alguns seres humanos, entre eles o jovem Sam Witwicky (Shia LaBeouf) e sua namorada Mikaela (Megan Fox), pretendem dar o troco. Eles tentarão libertar o mítico The Fallen (um Decepticon ancestral, com cara de faraó), fazendo com que ele acione a máquina que irá destruir toda a humanidade, tornando o planeta Terra uma nova Cybertron.
Se Michael Bay não tivesse caído no mesmo erro de Brett Ratner em X-men 3 (ou seja, colocar personagens demais em cena sem que eles tivessem uma função objetiva, pois 46 robôs apareceram nessa continuação contra apenas 14 do primeiro longa), Transformers 2 teria tudo para ser um dos melhores blockbusters do ano. No entanto, inflaram o filme com piadinhas sem graça alguma (pra quê tanta cena com a mãe de Sam doidona pela ingestão de bolo de maconha?), se prenderam à voluptuosidade de Megan Fox e à tecnologia de ponta, mas as cenas de luta são tão videoclípticas que a gente se perde em meio a tantas transformações e embates.
Tudo o que havia dado certo no primeiro Transformers se perdeu nessa continuação. Vamos esperar pra ver como será o fim da trilogia (com ou sem Michael Bay).
Resenha que será publicada no Solto na Cidade